POR FAVOR, UM HERÓI PRA RESGATAR NOSSA HONRA!
Venho escrevendo sobre milícias neste blog já faz um ano. Milícias que na zona oeste, em represália, digamos informativa, promove assaltos e cenas violentas que contam com agressões físicas graves, chegando mesmo à morte. Isto deixando de fora o “pedágio” pago por quem faz os transportes comunitários e o tributo cobrado dos comerciantes, que vão de simples lanchinhos a quantias semanais exorbitantes, muitas vezes de valor maior que o próprio aluguel. Este ano as coisas foram se agravando e chegaram às quermesses, foi o caso de Quintino. Neste ano nem São Jorge escapou, foram proibidas as tradicionais barraquinhas na rua. Se a população já não tinha a quem recorrer, agora nem mais aos santos! O Estado responde pela voz do Secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, que imputa, como se faz comum nos governos, a população a culpa pelo fortalecimento e popularização das milícias. Cobra do povo queixas e depoimentos, que convém lembrar são fornecidos á polícia que também é parte integrante do crime organizado. Desta forma o secretário espera que quem vá providenciar a segurança dos depoentes? Uma série de fatos deu início, esta semana, a uma possível atitude governamental. Não por preocupação com a população, mas pela projeção do ocorrido com a equipe de reportagem do Jornal O Dia, que foi torturada, no Batan, em Realengo, junto a isso se coloca o episódio da Rua Martins Ferreira, em Botafogo, onde a permissividade e incompetência do governo mostram de onde, realmente as milícias retiram as forças pra crescer e manter a impunidade e a violência. A rua fica em uma área que apesar de bem movimentada, já que fica próxima a umas das vias principais de acesso, a Rua São Clemente, é bastante tranqüila e bem arborizada. Posso falar sobre esta área sem dúvidas, já que morei por muitos anos na Rua São Clemente bem próximo ao Batalhão da 2º Batalhão da Polícia Militar, que não por coincidência fica praticamente ao lado da Martins Ferreira. A rua foi esta semana invadida, os carros estacionados arrombados, os transeuntes abordados com armas na cabeça e assaltados. A rua em sua maioria é protegida pela “equipe de apoio” do Sargento Álvaro, que não por coincidência, é lotado no 2° batalhão. Entre o numero 15 e 25 desta rua, apesar das varias tentativas, os moradores insistiam em aceitar os serviços oferecidos pelo Sargento. Seguindo o exemplo do todo poderoso das milícias, o Deputado Natalino que esta semana jogou uma bomba de fabricação caseira na 35° DP onde o braço da sua facção na PM estava preso, o sargento mandou correspondência aos moradores, convidando-os a reunião onde seriam “mais claros” sobre os objetivos da segurança particular. Indignados com o que chamaram de ameaça velada, abuso, os moradores decidiram buscar ajuda. Eles enviaram uma cópia da circular para a presidente da associação de moradores do bairro, Regina Chiaradia, que a enviou ao tenente-coronel Gileade Albuquerque, responsável pelo 2º batalhão. Este ainda não se pronunciou, e não se pronunciará até que alguém da sua família seja violentado. É...são os pedaços de chão mais caros do Rio, o alvo de desejo, a zona sul sendo tomada pelas milícia, ou melhor dividindo o espaço com o narcotráfico. É a Princesinha do Mar, a Garota de Ipanema que vitimadas pelo descaso, como filhas renegadas pelos pais, entrando pro crime. Quem sabe se quando começarem a baixar o valor dos imóveis, caírem às reservas hoteleiras e o Rio for reduzido a uma cidade fantasma, sem lei, apareça algum herói capaz de lhe resgatar a honra!
-Adriana Vandoni-
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